Todas as vezes que há aumento de energia elétrica surge a necessidade de fazer economia no consumo, claro que o objetivo é receber uma conta menor.
Entre as opções de fazer economia está a prática ilegal de fazer o chamado gato de energia, obviamente que sendo ilegal não é a prática mais recomendada, até que seja descoberto haverá economia, mas cedo ou tarde o gato será descoberto e o consumidor irá pagar até pelo que não consumiu, então esqueça isso.
Para economizar realmente é preciso deixar um ou mais equipamentos elétricos desligados por mais tempo, não existem mágicas, é pura matemática, gastou mais, paga mais.
Há quem recorra a um aparelho que promete reduzir o consumo, o fabricante promete a redução de 20% do consumo sobre cada aparelho utilizado, aí surge aquela dúvida: Será que realmente funciona?
Sei perfeitamente o nome do aparelho, mas não vou citar, primeiro porque o objetivo não é divulgar o nome de tal aparelho, e se o fabricante entender que minha análise sobre o equipamento não o agrade vai gerar problemas, mas cada usuário que se interessar pelo aparelho que use a busca e irá encontrá-lo.
Qual é o impacto nos aparelhos domésticos e na conta de luz?
Os fabricantes desses economizadores de energia apresentam o produto como corretor e filtro automático e com proteção contra transientes de tensão.
Eles deixam a coisa bem fácil, pois para usar é extremamente simples, é só conectar o “economizador” no plug da tomada e conectar o equipamento doméstico, desde que o equipamento não ultrapasse os 1.5KVA.
Estamos falando de algo em torno de 1.200 watts (1.5KVA), um chuveiro está fora de questão, um ar condicionado também está fora de questão, pois esses economizadores de energia não suportam potência maior do que 1.200 watts, conforme informação do fabricante.
A intenção não é denegrir nenhum equipamento, mas é preciso citar a parte técnica, pois se trata de um equipamento com indutores e capacitores, e para um equipamento de baixo consumo, um wattímetro mostra bons resultados.
Mas para diferentes cargas elétricas e equipamentos de consumo diferente há muita diferença, o que acontece de fato é que o aparelho se comporta como se fosse um resistor em série, ou seja, ele impede que o equipamento receba a potência total.
Nas medições fica muito claro que o equipamento que promete gerar economia entrega menos potência para carga, obviamente que assim gera economia, mas é uma economia falsa.
Para ficar claro, se conectarmos ao aparelho (que diz economizar energia) um equipamento de 250 watts, ele irá funcionar com a capacidade de 200 watts, para leigos isso é economia.
Mas existe um problema maior, pois existem aparelhos que nem irão ligar, como por exemplo, uma geladeira antiga, que precisa em torno de 18 ampères para o motor começar a funcionar.
Uma geladeira moderna até liga, mas o processo para gelar os alimentos vai levar mais de tempo, mesmo que a geladeira esteja regulada na potência máxima.
Sob uma ótica simplista há ganho verdadeiro na diminuição do consumo, pois se diminuir a potência, consequentemente também diminui o consumo, e talvez o valor da conta de luz no final do mês.
A redução da potência acontece porque a tensão alternada é fácil de deformar a onda, só que esse processo pode danificar os equipamentos eletroeletrônicos conectados ao “tal economizador de energia”.
A deformação da onda vai contribuir para o aumento do teor harmônico do sinal fundamental, que acaba diminuindo a vida útil dos equipamentos.
No final das contas, cabe ao consumidor decidir se a economia no uso da energia vai compensar os estragos que serão causados nos eletrodomésticos.
O ideal é o usuário adquirir equipamentos de potência cada vez menor, e em casa, no escritório, ou no galpão, adotar lâmpadas de LEDs, que ainda estão caras, mas em três ou quatro meses retornam o investimento.