Mesmo com a utilização de satélites para comunicação a longa distância, nem sempre existem equipamentos disponíveis, seja pelo custo envolvido ou por viabilidade técnica, é nesses casos onde a comunicação via rádio ainda é muito utilizada.
Para quem está acostumado a lidar com antenas, cabos coaxiais, ondas estacionárias e coisas relacionadas a radiofrequência sempre faz experiências e acaba encontrando a modo de fazer a melhor transmissão e também obter a melhor recepção.
Itajaí é uma cidade pesqueira, e existe uma grande quantidade de barcos, mesmo com a exigência do rádio VHF marítimo o equipamento preferido pelos pescadores é o rádio para a faixa do cidadão (PX) ou um rádio amador que opere em frequências mais baixas.
A preferência por um PX ou rádio amador faz sentido devido ao alcance, já que as ondas em VHF não passam da linha do horizonte, no caso do PX as ondas de rádio estão no limite das LHF, o alcance também é limitado, mas tem vantagens sobre as ondas de VHF.
Uma característica das ondas de LHF é que os sinais não passam muito a linha do horizonte e é criado um espaço de mais ou menos mil quilômetros de zona de silêncio, e se a propagação estiver boa é possível obter contatos como se as antenas estivessem na mesma cidade.
É claro que para longas distâncias não se recomenda a modulação em frequência modulada (FM) e nem a modulação e amplitude modulada (AM), a modulação preferida é a SSB (Single Side Band), ou simplesmente “faixa lateral singela”, que nos rádios de comunicação aparecem como USB (banda superior) ou LSB (banda lateral inferior).
A modulação em SSB é mais difícil de ser sintonizada e tem uma característica que para muitos é insuportável, para outros, principalmente para os amantes da rádio transmissão aquela sintonia difícil que torna a voz do rádio operador mais grave ou mais aguda é como se fosse uma música de primeira qualidade.
Mas para ter boa transmissão e também boa recepção e aproveitar bem os momentos de boa propagação das ondas eletromagnéticas (ondas de rádio) é preciso que o equipamento utilizado seja de boa qualidade e a antena esteja bem instalada.
Quando as instalações são feitas em terra firme é fácil de obter um bom “terra” da antena, isso faz muita diferença na transmissão e na recepção, num barco de pesca com casco de madeira é um pouco mais difícil de conseguir um bom “terra”, pelo menos é o que pensam muitos radio operadores.
A verdade é que a água salgada é melhor condutora do que o solo, então é até mais fácil de ser obtido ou bom “terra” mesmo sendo um barco com casco de madeira, se o casco for de ferro o terra existe ao natural, basta que o negativo da alimentação seja conectado a alguma parte metálica do casco.
Para barcos com casco de madeira, uma tela de fio comum de cobre ou até uma tela dessas de cerca serve, desde que colocada em alguma parte do barco onde seja possível o contato elétrico com a água, isso é feito através de fios, obviamente que essa tela deve ter as dimensões próximas das ondas de rádio, no caso do PX uma roda com 2 metros e setenta centímetros de circunferência ligada na malha da antena, em muitos casos, simplesmente ligar um fio no fio malha da antena e deixar ele dentro da água ajuda bastante.
No caso, o rendimento não depende do tipo de modulação e sim da melhoria do aterramento (ou seria “aguamento?”), a verdade é que a água salgada é melhor condutiva do que o solo, portanto, quanto mais alta estiver a antena melhor o rendimento para a até a linha do horizonte.
Para propagação aberta, a altura da antena ajuda, mas não define tudo, por isso é bom estudar bem sobre o que é desejado, ou quem sabe usar um meio termo para ter as duas possibilidades sem ter que mudar a antena.
Para as ondas VLF os procedimentos para obter bom aterramento são os mesmos, porém, pode ser impossível fazer uma malha do tamanho de ¼ de onda e esta ficar num barco, num navio quem sabe, mas com certeza existe muita estação que pode ser melhorada em termos de antenas e cabos coaxiais, e com isso melhorar muito o rendimento da estação.
Independente da marca do equipamento utilizado, antes de começar a mexer é recomendável medir a relação das ondas estacionárias, pois alterando a resistência de aterramento as ondas estacionárias podem ser alteradas para mais ou para menos, portanto, sem um medidor de ROE não se aventure nas experiências.
E também não tome como referência um contato à longa distância com alguém em algum lugar antes de mexer na antena, afinal, sem propagação não tem comunicação.